segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Para a Sílvia

Poderei eu dar minha vida às mãos suadas de um estranho?
Um pica de púrpura à meia porta à meia luz.
Ou entregar à doçura da inocência ainda não perdida o raiar de um beijo?
Dar o pé à tangente e não ao mar.
Viver a fé em homens que escrevem poemas de amor fugazes e torpes, ou sucumbir à promessa de amor tranquilo da mãe terra?
Todos os rios lhe fogem, mas a força gravitacional que me empurra desgastou-se e fez-se desprezada.
Resta-me virar costas ao horizonte e abraçar a solidez macia de sete troncos nus.
Pousar a cabeça em fios de seda e sede bordados com lágrimas carpidas e deixar que as folhas me cantem uma última canção de embalar.

1 comentários:

Miguel Carneiro disse...

Mas, acima de tudo, ter força para depois de na merda me encontrar
dela me desenvencilhar!

e de lá partir para uma vida contraditória, de pesar e alegrias...

Ninguém fica indiferente perante a morte...
apenas a morte o é...

bjns joana vamos ultrapassar isto todos juntos!
Somos mais fortes assim!
bjns