domingo, 29 de março de 2009

Como comer um bombom

Começar por despi-lo lentamente enquanto ele começa a derreter por baixo dos dedos quentes.
Cheira-lo. Sentir o seu aroma inebriante, doce, intenso.
Passá-lo levemente nos lábios e lambê-los, mantendo o desejo presente, prolongando o prazer.
Mete-lo na boca como se de uma iguaria rara se tratasse. Usar a língua para ajudar a derreter.
As endorfinas começam a libertar-se no corpo e o calor aumenta. Em breve acaba. Continuar a pressionar com a língua.
A onda de prazer é incontrolável. Doce pecadilho.
No final foi só mais um chocolate.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Where the Wild Things Are

O filme é sobre um menino chamado Max e é baseado num clássico infantil americano de Maurice Sendak. Um dia Max vestido com um fato de lobo resolveu andar pela casa atrás do cão com um garfo e gritar com a sua mãe. A mãe para o castigar manda-o para o quarto sem jantar e ele cria um mundo de fantasia onde se refugia com as "wild things". No fim cansado e com fome volta para casa para descobrir que o jantar está à sua espera ainda quente. Na minha opinião tem o potencial para fazer ser um grande filme. O trailer está aqui.

Inside all of us is a WILD THING.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Hora do Planeta

segunda-feira, 23 de março de 2009

Após a minha habitual leitura no Correio da Manhã online, eis algo que me deixou chocada, passando a citar algumas partes:

"Rosa Fernandes, a mulher que asfixiou a filha à nascença e enterrou o corpo no quintal, passa os dias fechada em casa, em Arcozelo, Vila Verde, e só sai para tomar café.

...

Rosa foi detida e libertada pouco tempo depois. Está indiciada por infanticídio, um crime que não prevê prisão preventiva, já que a pena é inferior a cinco anos de cadeia. A lei prevê uma especial atenuação por o crime ser cometido após o parto.

...

Rosa Fernandes apresenta problemas mentais, o que lhe poderá atenuar a pena, e vive na miséria.
"

E agora pergunto-me:
Porquê tanta indignação sobre o referendo da lei do aborto, há 1 ou 2 anos atrás?
E se eu um dia fizesse um aborto depois das 10 semanas também poderia alegar insanidade mental?

domingo, 22 de março de 2009

Os 4 R's

Rasgam-se véus, leis e teorias.
Imprimem-se livros.
Rasgam-se livros.
O papel é uma ferramente engraçada.
Rasga-se e recicla-se.
Reutiliza-se e volta-se a reciclar.
Escrevemos nele. Pensamos para ele.
Pensatórios.
Guadiões das verdades e mentiras de almas sós.
Acabam-se as paixões tão depressa como a tinta de uma pena,
Mas deitados nas suas folhas os amantes duram para sempre...
E rasgam-se e reduzem-se.
Equaciona-se o homem e a vida em blocos.
O phi deu-nos a medida, só nos falta vê-la.
Todos os mapas estão feitos.
E reutilizam-se e reescrevem-se.
A arte dos momentos apanha-nos.
Tudo é imóvel no tempo.
E o tempo é relativo.
Recicla-se.

Joana da Silva Carvalho

The Sith Code





Peace is a lie, there is only passion.
Through passion, I gain strength.
Through strength, I gain power.
Through power, I gain victory.
Through victory, my chains are broken.
The Force shall free me.

Espanha, Grecia, França e Alemanha já perceberam



sexta-feira, 20 de março de 2009

Pelo Dia Mundial da Poesia já amanhã

Vai-te poesia!
Deixa-me ver friamente
a realidade nua
sem ninfas de iludir
ou violinos de lua.
Vai-te, Poesia!
Não transformes o mundo
descarnado e terrível
num céu de esquecer
com mendigos de nuvens
famintos de estrelas
e feridas a cheirarem a cravos
- enquanto os outros, os de carne verdadeira,
uivam em vão
a sua fome de cadeias
e de pão.
Vai-te, Poesia!
Deixa-me ver a vida
exacta e intolerável
neste planeta feito de carne humana a chorar
onde um anjo me arrasta todas as noites para casa pelos cabelos
com bandeiras de lume nos olhos,
para fabricar sonhos
carregados de dinamite de lágrimas.
Vai-te, Poesia!

José Gomes Ferreira

Gente de Longe

Gente de longe. Rostos diferentes que rasgam a corrente. Não partem nem ficam, não são de ninguém.
Nas estações esperam em grilhões que o comboio chegue e passe, sem nunca assumir um porto.
É a hora. O mundo tem prazo, quem ficar apenas vai ver a sua face doente.
São horas. Partir ou ficar. Mudar o rosto, mudar a bagagem faz-nos livres. Fazer florescer nos que passam inquietude.
Fazer de tudo uma estação e de cada um um porto. O nosso porto. Para que sejamos sem porto aportados. Para que sejamos parte da revolução.
Andarilhos e saltimbancos que fazem malabarismos com a língua.

quinta-feira, 19 de março de 2009

À noite em Braga

Quando cai a noite e saimos à rua, coisas estranhas se passam. Tudo flui de uma forma contra naturam, o sangue sobe a cabeça e o nível desce ao chão.
Álcool Sexo Drogas.
Ninguém pára. Tudo é bom. Tudo reage. Bastámo-nos.
Os corpos atraem-se e repelem-se em constante harmonia, as cores mudam e gritam vibrantemente.
Queremos uivar à lua clamando a nossa vitória. É tudo nosso. A noite é nossa. Estes momentos são estanques no fluir do tempo.
Podemos ir tão alto. Podemos ficar lá enquanto durar. A vida vive-se às escuras e ninguém nos disse.

terça-feira, 17 de março de 2009

Os melhores "quotes" de sempre

"Definição de homem: pedaço de carne inútil em redor do pénis." - do livro "Porque os homens mentem ... e têm de ter sempre razão em tudo?"

"Para que são precisos 4 milhões de espermatozóides para fertilizar um único óvulo?
Porque nenhum deles admite sequer perguntar o caminho." - do livro "Porque os homens mentem ... e têm de ter sempre razão em tudo?"

"Courage is what it takes to stand up and speak; Courage is also what it takes to sit down and listen."

- Winston Churchill

domingo, 15 de março de 2009

E em todos os beijos despeço as palavras.
E o mundo és tu, ciclicamente...
Minha cruz suastica.

O nada que nos envolve anula-se.
Não existem margens.
Nem pontos finais.

E quero-te, como a um livro.
Despindo-te a cada página.
Uma nova espécie, que se leia em branco...
Que se escreva em mim.

Joana da Silva Carvalho

sábado, 14 de março de 2009

Cidadania

Andando pelas ruas de uma cidade qualquer,
Sentindo-me uma pessoa qualquer,
Com um qualquer objectivo.
Parando, escutando, ouvindo -
A multidão quedou-se. Não!
Eu é que parei!
E os momentos são rasgados ininterruptamente,
E os pedestres atropelam-me em turbilhão.
Cativo-me em mim, tentando manter-me à tona.
Mas é demasiado, não consigo respirar!
Duas garrafas de coca-cola acorrentaram-me ao fundo...
Resigno-me!
E continuo...Com um qualquer objectivo,
Sentindo-me uma pessoa qualquer,
Andando pelas ruas de uma cidade qualquer.

Joana da Silva Carvalho

Cântico Negro

"Vem por aqui" - dizem-me alguns com olhos doces,
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom se eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui"!
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos meus olhos, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...

A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre a minha mãe.

Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...

Se ao que busco saber nenhum de vós responde,
Por que me repetis: "vem por aqui"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...

Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois, sereis vós
Que me dareis machados, ferramentas, e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátrias, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios.
Eu tenho a minha Loucura!

Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...

Deus e o Diabo é que me guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou,
- Sei que não vou por aí.



José Régio, Poemas de Deus e do Diabo

Para os homens...

...que acham que somos mazonas, duronas e fanáticas eis uma prova de que já sabemos, por isso parem de nos continuar a dizê-lo. Obrigada.

"The eyes of others our prisons; their thoughts our cages."

Virginia Woolf

GEEKS DO UNIVERSO EIS ALGO QUE VOS PUDERÁ LEVAR À LOUCURA,

O PRIMEIRO PROGRAMADOR FOI UMA PROGRAMADORA:

ADA LOVELACE

"To be, or not to be: that is the question:
Whether 'tis nobler in the mind to suffer
The slings and arrows of outrageous fortune,
Or to take arms against a sea of troubles,
And by opposing end them?
To die: to sleep;
No more; and by a sleep to say we end
The heart-ache and the thousand natural shocks
That flesh is heir to, 'tis a consummation
Devoutly to be wish'd.
To die, to sleep;
To sleep: perchance to dream: ay, there's the rub;
For in that sleep of death what dreams may come
When we have shuffled off this mortal coil,
Must give us pause: there's the respect
That makes calamity of so long life;"

William Shakespear, Hamlet

sexta-feira, 13 de março de 2009


Primeira mulher no espaço. Valentina Vladimirovna Tereshkova

Para quem estiver...

Apesar de já ter criado este blogue há meses, a vontade de escrever aqui nunca foi muita. No entanto hoje algo mudou isso. Após várias horas em frente ao portátil a estudar point-free uma amiga veio falar comigo e o que ela me disse aliado à falta de vontade de continuar a estudar fez-me ver que pelo menos num blog posso reclamar e falar do que quiser.
Eu sou aluna da melhor Universidade do Universo, localizada na via láctea que tem milhares de biliões de estrelas e à volta de uma dessas estrelas gira o meu planeta. Cá vivem aproximadamente 6,5 biliões de pessoas e chama-se Terra. Mas se estiverem muito longe procurem um berlinde azul pela galáxia.
Aqui, nós, entes do sexo feminino não somos lá muito respeitadas, apesar de arcarmos com o futuro do planeta às costas. Somos tidas como o sexo fraco, e até tentam provar que nós não estámos aptas para áreas como a matemática e a ciência. Cada dia nas nossas vidas é uma luta constante pla aceitação nas mesmas profissões que os homens, cuja mente parece nunca se abrir a essa possíbilidade. Embora existam provas irrefutáveis dos nossos talentos nas diversas áreas eles parecem negar-se a aceitar quem somos e o que representamos no seu mundo. Eu e mais uma minoria de companheiras embrenhamo-nos num dos mais tortuosos caminhos para se ser mulher, a Informática. É como ser uma gazela a correr no torrido calor africano de uma chita, se não corrermos muito mais que ela somos devoradas pelo machismo animal.
Ninguém sabe o quão cansativo é não parar de correr, e mesmo estando à frente nunca parecem acabar os predadores. O que é que podemos fazer para acabar, parar e lutar? Passar a vida em conflito, ou por outro lado abrir a mente do homem à nossa presença, não para acasalar mas para partilhar o conhecimento do mundo, do sistema solar e do Universo?